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terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Misticismo nazista




O Misticismo Nazi é um termo usado para descrever uma subcorrente do Nazismo quase religiosa, caracterizando-se pela combinação do Nazismo com o ocultismo, o esoterismo, a criptohistória e o paranormal.

Nalguns casos atribui uma importância religiosa à pessoa de Adolf Hitler e à sua doutrina.

Algumas teorias modernas chegam a defender a fuga de Hitler para a Antárctida onde terá juntado forças com uma raça draconiana superior com a qual agora percorre o centro oco da Terra, outras falam de bases lunares.

“O Führer é profundamente religioso, embora completamente anti-Cristão; ele vê o Cristianismo como um sintoma de decadência. E com razão, é uma ramificação da raça judia.” – Diário de J. Goebbels, 28 de Dezembro de 1939.

“O Cristianismo é o protótipo do Bolchevismo: a mobilização pelos Judeus das massas de escravos com o objectivo de minar a sociedade”. – Hitler, 1941.

O misticismo nazi tem a sua origem nas ideias racistas de Arthur de Gobineau. Guido von List e Jörg Lanz von Liebenfels tiveram um papel importante no inicio e vieram a fundar movimentos após a guerra.

Oficiais Nazis de alta patente como Heinrich Himmler, Rudolf Hess e Walther Darré foram conhecidos pelo seu interesse no misticismo e no paranormal. Pessoalmente, Hitler sempre se interessou menos por estes assuntos.

O papel desempenhado pelo misticismo no desenvolvimento do Nazismo e dos seus ideais foi imediantamente identificado em 1940 por Lewis Spence na sua obra “As causas ocultas da presente guerra”.

O esoterismo hitleriano centra-se nas mitologias pagãs, pré Cristãs como a Hindu e a Samurai.

Os Teutões de uma forma geral e os Povos Germânicos de uma forma particular serviram de base para a crença na Raça Ariana, e da sua superioridade sobre todas as outras. Foram sugeridas diferentes origens para o ínicio desta raça superior, desde a Atlântida, Thule na Escandinávia, Hyperborea na Grécia e Shambhala no Tibete. Outro pensamento dominante era o de que esta raça superior tinha sido enfraquecida por se misturar com outras raças “inferiores”.

Influências originárias

Em 1912, um grupo de místicos alemães altamente antisemitas formou a Germanenorden (Ordem dos Teutões). A Germanenorden era uma sociedade mística baseada na prova da origem ariana. O biógrafo Ian Kershaw não a classifica como uma sociedade mística, mas, sim, como uma sociedade popular/populista.

Os membros fundadores da ordem incluíam Theodor Fritsch, Phillip Stauff (aluno de Guido von List) e Hermann Pohl. Este último viria a formar a Ordem Teutônica do Santo Graal, em 1915. Muitos membros da Germanenorden viriam a ocupar posições elevadas no partido nazista.

Ariosofia

O termo Ariosofia foi criando por Lanz von Liebenfels, fundador da Ordem dos Novos Templários, em 1915 e substituiu a Teozoologia e o Ariocristianismo como etiqueta da sua doutrina nos anos 20. É normalmente utilizado para descrever as teorias arianas de ocultismo e racismo.

Armanismo

Guido von List chamava à sua doutriana “armanismo” (nomeado de acordo com os “Armanen”, supostamente os herdeiros do rei sol, um corpo de padres-reis na antiga Nação Ário-Germânica).

A Sociedade Vril

A Socieade Vril não tem atividades documentadas até 1915, mas crê-se que foi fundada pelo General Karl Haushofer, um aluno do mágico e metafisico russo Georg Ivanovitch Gurdjieff. Em Berlim, Haushofer fundou a Sociedade Vril. O seu objetivo era explorar as origens da raça ariana e praticar exercícios de concentração para a acordar as forças de Vril (uma raça subterrânea, baseada na obra de ficção A Raça Futura, de Edward Bulwer-Lytton). Quer Gurdjieff quer Haushofer afirmavam ter contatos com fontes tibetanas que tinham o segredo dos “superhomens”. Há quem afirme que o poder persuasivo de Hitler advinha dos segredos ensinados por Gurdjieff, que tinha aprendido com os Sufis e os Lamas tibetanos, e estava familiarizado com os ensinamentos Zen da Sociedade Japonesa do Dragão Verde.

Oração a Hitler

No nazismo Adolf Hitler era ocasionalmente comparado com Jesus, ou tido como um Messias enviado por Deus.

Nalguns orfanatos era habitual esta oração:

Führer, mein Führer, von Gott mir gegeben, beschütz und erhalte noch lange mein Leben
Du hast Deutschland errettet aus tiefster Not, Dir verdank ich mein täglich Brot
Führer, mein Führer, mein Glaube, mein Licht
Führer mein Führer, verlasse mich nicht.

Tradução aproximada:

Führer, meu Führer, que me foste dado por Deus, protege-me e mantém-me vivo por muito tempo.
Salvaste a Alemanha da mais profunda miséria, a ti te devo o meu pão de cada dia
Führer, meu Führer, minha fé, a minha luz
Führer meu Führer, não me abandones.

Julius Evola era um ocultista com tendências politicas de extrema direita, e embora nunca tenha estado ligado nem ao nazismo nem ao fascismo italiano, tentou converter Mussolini ao paganismo, e afastá-lo de um acordo com o Vaticano. A sua influência na mistica nazi foi muito maior após a guerra do que enquanto estavam no poder.

Savitri Devi

Com a queda do Terceiro Reich o esoterismo hitleriano tinha ficado sem Hitler, que, morto, podia agora ser tornado uma divindade. Savitri Devi tentou ligar a idelogia ariana com os indianos pro-independência, especialmente hinduistas. Para eles, a suástica era um símbolo particularmente importante, significando a unidade entre os hindus e os alemães (sendo também um simbolo de boa sorte para os tibetanos). Muitos hindus ainda consideram Hitler um swami, especialmente os da sociedade Vishva Hindu Parishad (VHP) (ver Hitler, o Quase Anticristo, de Dave Hunt).

Miguel Serrano

Miguel Serrano era um diplomata chileno que defendia que Hitler estava em Shambhala, um centro subterrâneo na Antarctida onde estava em contato com os deuses de Hyperborea, de onde emergiria com uma frota de OVNIs para liderar as Forças da Luz contras as Forças das Trevas, dando origem ao Quarto Reich. Serrano também foi um dos homens que ajudaram cerca de 1.400 colaboradores nazistas, a migrarem para o Brasil ( especialmente para o interior de São Paulo e norte do Paraná )-, na fuga contra os perseguidores comunistas.

Ahnenerbe

A Sociedade Ahnenerbe era um ramo das SS, dedicado principalmente à pesquisa de provas da superioridade da raça ariana, mas também envolvida em práticas de ocultismo. Fundada em 1935 por Himmler, esta Sociedade esteve envolvida na busca da Atlântida e do Santo Graal.

Pesquisas e expedições

Foram gastos quase 120 milhões de marcos em pesquisas com vista a criar uma base que tivesse aceitação popular sobre a origem cultural, cientifica e histórica da raça Ariana superior. Foram criadas organizações misticas como a Socieade Thule ( ou Ordem de Thule ), o Sol Negro (Schwarze Sonne), a Sociedade Vril e outras, normalmente ligadas a corpos de elite das SS, e adoptando crenças, rituais e iniciações especificas.

Foram organizadas expedições ao Tibete, Nepal, Grécia, ao Ártico e à Antártica em busca da nação Ariana de Hyperborea, cuja capital, Ultima Thule, foi supostamente construída pelos antepassados extraterrestres das raças arianas, provenientes da estrela Aldebaran.

Foram ainda organizadas expedições similares em busca de objectos semi-míticos que se acreditava trazerem consigo poderes especiais ao seu portador, como o Santo Graal e a Lança do Destino, tambem conhecida como lança de Longinus, supostamente o nome do centuriao romano a quem pertencia a lança.

Supressão das sociedades misticas

O partido nazista desencorajava ativamente certas sociedades místicas e secretas, chegando a internar e executar diversos místicos conhecidos na Europa, nomeadamente membros da Maçonaria Livre que tentaram combater a Alemanha Nazista na Holanda e na Bélgica.

Adolf Hitler

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